quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Era ela uma noite escura,
quando eu, a olhar e a penar
por pensar num amor que nao se cura,
que nunca se há de realizar
porque nem assim nem com alma pura
esse dia há de chegar.

A olhar estava eu
para uma lareira
na qual o fogo aconteceu
em tal vez primeira
que me lembre, digo eu.

E assim as noites eu passava
com uma chavena de café na mão
porque assim eu bem pensava
e lá passava o meu serão.

Um dia, no café, com o cigarro na mão
aproximei-o á boca e dei uma passa
porque percebi, e com razão
que afinal a vida é escassa.

Sofrer por amores nem sofri assim tanto
porque só tive um pelo qual sofrer
assim, repousado no meu canto,
perto da lareira me fui aquecer,
porque um amor em que se ama tanto,
nunca é para esquecer.

1 comentário: