quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
Negativa
Foi-me uma prova apresentada
Para a qual bem me preparei.
A minha alma fica espantada:
Não foi isto o que estudei!
Preparei-me durante imenso tempo,
Durante as vinte e quatro do dia.
Evitei a todo custo algum contratempo,
Deixei bem de lado a alegria.
Mas aquele que me ensina...
Nem parece aquele que me testa!
Uma tristeza bem cansina
É o que no final me resta.
Já se sabe o resultado: Reprovarei.
Os que sempre me cuidaram se desiludirão.
Tudo o que aprendi esquecei
E o uníco que me restará será a solidão.
Mas não são tudo más notícias:
O teste foi de muitos um!
Poderei vir a ter carícias
Mesmo que vindas de lado nenhum.
Constipação
Os excessos invadem o meu ser:
Transbordo por todas as partes.
Como poderá isso acontecer,
Ter excesso até que te fartes?
Nariz vermelho e inflamado,
Falta no fluxo de controlo,
Falta de carinho e de ser amado,
Falta de ter na vida consolo...
Trazei-me o remédio, a solução,
Para os males do corpo que é meu!
Curai-me os males do coração...
Fazei-me esquecer o que aconteceu.
Por andar debaixo da fria chuva
O meu corpo acabou por adoecer:
A minha visão se tornou turva,
Não consigo espairecer.
Estou sentado, preferia dormir...
Mas tenho muito que trabalhar
Para um bom futuro conseguir
E no final bem poder repousar!
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Destinatário
Dizem que sou alguém passivo,
que me deixo à deriva do destino.
Ora pois eu desse dito me esquivo,
pois já tentei dominar meu vaticínio.
Já tentei pegar nas rédeas
Da carroça do fado, destemido.
Recebi descargas eléticas médias
e no chão fiquei estendido.
Fiz isso em várias ocasiões,
entre períodos de resignação...
Voltarei a fazê-lo aos milhões,
Com a fúria do coração.
Um dia vou conseguir, acreditem,
Comandar o meu destino.
Não quero que de mim duvidem,
Da deriva serei assassino!
Sentimento
Quem me dera saber o que fazer
como agir, como pensar...
Como atingir aquele prazer
que nos deixa a suspirar.
Quem me dera poder exprimir,
Sem gaguez e sem travão,
Tudo aquilo que estou a sentir
Oprimido no coração.
Quem me dera ser conquistador
de almas e corações...
poder despertar o calor
em todas as situações.
Quem me dera a mim, triste,
Saber como resistir
ao sentimento que ataca em riste
para o meu coração partir.
Eu, um ser outrora supremo,
agora sucumbido na jaula cardíaca...
Agora, o que mais temo,
é que a minha alma dê em maníaca.
Pensamento
Estou sentado na poltrona
com a minha cadela ao lado.
Um homem assim reflexiona
sobre as feitorias do fado.
Atravesso a terra sob a chuva
que, oblíqua, bate sobre minha testa.
Assim a minha vida se torna turva
Enquanto a dos restantes é só festa.
Quando com outros converso
sinto-me como se de outro mundo
viesse, um mundo disperso.
Sinto que assim bati no fundo.
Sinto-me acompanhado na solidão,
Como se a minha companhia bastasse,
Mas sinto-me sozinho na multidão
Como se de companhia não dispensasse.
De repente, acordo com dor:
A minha cadelinha mordeu-me.
Assim eu perco o meu ardor
E assim me resigno: "Acontece..."
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Tédio
Tudo está escuro,
Não vejo nada à frente.
O ar parece mais duro
E mole me parece o dente.
As sombras perseguem-me
E eu bem que fujo delas.
As sombras entristecem-me
Quando as luzes são tão belas.
Tento a tristeza esquivar,
Tento muito me entreter.
Mas se mal quero trabalhar,
É procrastinação a valer.
Mas que amargura, que tédio!
Vivendo sem da força a luz
Entendo que este compêndio
De preguiça é a minha cruz.
Vontade, vem a mim!
Quero querer trabalhar!
Não quero viver assim,
Tropeçando onde calhar.
Não vejo nada à frente.
O ar parece mais duro
E mole me parece o dente.
As sombras perseguem-me
E eu bem que fujo delas.
As sombras entristecem-me
Quando as luzes são tão belas.
Tento a tristeza esquivar,
Tento muito me entreter.
Mas se mal quero trabalhar,
É procrastinação a valer.
Mas que amargura, que tédio!
Vivendo sem da força a luz
Entendo que este compêndio
De preguiça é a minha cruz.
Vontade, vem a mim!
Quero querer trabalhar!
Não quero viver assim,
Tropeçando onde calhar.
Ataques de Loucura
Estou louco, estou louco,
Cheio de alegre loucura.
Se tu achas isso pouco
A tua cegueira não tem cura.
Vejo no sol uma escuridão
E na noite uma luz.
Acredito piamente que Platão
É que foi pregado na cruz.
Voo na minha bicicleta,
A nado vou no meu avião.
A minha vida está repleta
De pássaros a voar no chão.
Quando a loucura desaparece
Por breves momentos de lucidez
Vejo que a minha alma empobrece
E fico pálido na minha tez.
Então volto a ficar chanfrado,
Porque há tanta gente que amo,
Mesmo sem ser amado
O romantismo é o meu ramo.
Eu sou louco e assim feliz
Num mundo feito meu.
Assim que voltei a ser petiz
A tristeza desapareceu.
Cheio de alegre loucura.
Se tu achas isso pouco
A tua cegueira não tem cura.
Vejo no sol uma escuridão
E na noite uma luz.
Acredito piamente que Platão
É que foi pregado na cruz.
Voo na minha bicicleta,
A nado vou no meu avião.
A minha vida está repleta
De pássaros a voar no chão.
Quando a loucura desaparece
Por breves momentos de lucidez
Vejo que a minha alma empobrece
E fico pálido na minha tez.
Então volto a ficar chanfrado,
Porque há tanta gente que amo,
Mesmo sem ser amado
O romantismo é o meu ramo.
Eu sou louco e assim feliz
Num mundo feito meu.
Assim que voltei a ser petiz
A tristeza desapareceu.
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