segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Exausto

Vou-me fechar dentro de mim,
Manter-me a salvo do exterior.
Talvez até possa ser assim
Que me passe o frio e o calor.

Este rigoroso inverno,
O da minha vida te falo,
Piora este gelar interno.
Porque será que não me calo?

É menos suor que lágrimas,
a cada hora todo o dia.
Aguentando que nem máquinas
Esta falta de alegria.

Aquele intenso verão,
Exaustivo como tudo
Em que este coração,
Não tem abrigo de um escudo.

Que canseira, que agitação,
Esta coisa da paixão!
Se não aguentas a palpitação
Hás de parar no caixão.

Assim eu me resguardo, evitando
As intensidades frequentes.
Sejam frias ou sejam quentes,
deixam meus órgãos doentes.

sábado, 12 de março de 2011

Chuva de prata

Em dias de chuva,
no pleno céu de prata,
a alma que era turva
fica pura e nada farta.

Correndo ia eu,
debaixo das belas gotas,
e gritei pelo amor que é meu
e que como ela não há outras.

E eis que um raio de sol, fores onde fores,
recai sobre o nosso belo povo.
E aparece então um arco de belas cores
como quando o mundo ainda era novo.

E então aos céus
o teu nome eu gritarei.
Ouçam juizes e réus
o nome da mulher que amo e amarei.

Embora minha alma não seja pura
ainda não perdi a compostura.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sonho Apocaliptico

Chegou então, por fim,
o dia do julgamento.
Acabou-se para mim
todo este tormento.

Reuiniram-se todos os povos
á frente do bom juiz.
Reuniram-se velhos e novos
desde o zangado ao feliz.

Os justos iam subindo,
embora esses fossem poucos,
e os ruins iam caindo,
parecendo todos uns loucos.

E então lá chegou
o meu fatidico momento.
E assim ele quase ditou
se merecia céu ou tormento.

E eis que então eu acordo
de um sono profundo.
E assim me alegro a meu modo
de estar de volta ao meu mundo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Amar realmente

Se amar é isto
então não sei que faça.
Porque assim eu não resisto
a gritar o teu nome na praça.

A saudade de ti é sufucante,
pois sofoca com tanto excesso.
Deixa-me ser o teu amante
para o nosso amor ter sucesso.

Se tu soubesses o quanto
eu te quero abraçar,
tu me abraçarias de tanto em tanto
para os teus lábios querer beijar.

O meu sentimento é crescente,
cada vez mais te irei amar.
Tu és grande delinquente,
pois o meu coração vieste roubar.

Sendo assim volta atrás
aos tempos de antigamente,
onde as namoradas não são más
e onde o amor realmente se sente.

Agradeço desde já pela ajuda de uma grande amiga (SD), pois sem ela não teria conseguido fazer esta criação.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Este País

Estava numa bela noite
a admirar o luar
e lembrei-me que este sim
é afinal o meu lar.

Pode ter bastantes defeitos,
mas enfim, quem não os tem?
Toda a gente sem preceitos
sabe mais disso que ninguem.

A andar vamos cantando
da pátria o nosso hino.
A cantar vamos andando
desde o idoso ao menino.

Grande país foi este nosso
no tempo das velhas marés.
Descobriu o que não é nosso,
descobriu de lés a lés.

E para então terminar
este simples poema
temos de acabar
com um trabalhoso dilema:

Se voltarmos a trabalhar,
como antes se trabalhou,
nova grandeza iremos encontrar
como quando o povo aos céus chegou.

domingo, 6 de março de 2011

Povo que luta

Logo pela manhã
sentia-se electricidade no ar,
porque a guerra da liberdade
estava prestes a começar.

Os primeiros eram tunisinos,
que desferiram o golpe de graça.
Fecharam os seus maus caminhos
e acabaram com aquela farsa.

Seguiram-se então os egípcios,
que das pirâmides tinham cultura.
Eles lá com os seus indícios
acabaram com aquela amargura.

Agora temos o Bahrein e a Líbia
que, irmãos na revolução,
tentam deixar a coisa tíbia
com fogo no coração.

Amigos, não é má altura,
altura para a liberdade!
Aproveitemos esta fervura
em esta e qualquer idade.

sábado, 5 de março de 2011

Utopia

Andam sempre descalços
Os moços da minha terra.
Adoram os frutos da paz
E odeiam a azia de guerra.

Todos eles vão à escola,
Vão para lá aprender.
E com os livros na sacola
Um dia a paz irão ter.

Brincando na rua com tijolos
Um futuro construirão.
Desde o trolha ao doutor
Agirão sempre com coração.

Brincam juntos moços e moças
Na lama e nas ribeirinhas.
Quando família eles formarem
Nascerão belas criancinhas.

Esta é terra prometida
Mas é pena não existir.
Nenhuma alma será reconhecida
E o mundo irá finalmente cair.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Poema de Meia-Noite

Minha tia, minha tia,
Ela ralhava o santo dia
E ela então se ria
E lá ralhava com alegria.

O serão lá eu passava
Ao pé do assador.
E então eu lá suspirava
Suspirava por meu amor.

Com meu pai eu sempre falava,
Falava com coração,
Para ver se meu amor me visitava
Para lhe cantar uma canção.

Eu toda a semana cantarolava
Enquanto a galinha depenava
Enquanto eu suspirava
Pela mulher que eu amava.

Meus amigos do coração,
deixo agora a lição:
Ou vocês se portam bem
Ou mamam um cachação.