quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Começa o dia

Começa o dia,
Não me apetece largar a cama.
Estava a sonhar em alegria
Com a mulher que não me ama.

Com esforço lá me levanto,
Visto-me e tomo o pequeno almoço,
Enquanto uma voz ecoa a cada canto
Dizendo que sou um grande moço.

Lá vou para o autocarro,
Um passo de cada vez,
Enquanto sinto à casa um amarro
E o frio na minha tez.

Então eu encontro o meu assento
E eu lá me sento a meu modo.
"Vou preparar o meu sustento"
Penso, enquanto me acomodo.

Quando chego ao meu lar
Ponho-me no computador.
Passado um tempo passo a aborrecer-me,
Pois do que estou a fazer nada estou a amar.
Assim eu continuo a conter-me,
que o menos isto não me provoca dor.

Era suposto isto ser sobre preguiça
Agora vou comer pão com linguiça.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Era ela uma noite escura,
quando eu, a olhar e a penar
por pensar num amor que nao se cura,
que nunca se há de realizar
porque nem assim nem com alma pura
esse dia há de chegar.

A olhar estava eu
para uma lareira
na qual o fogo aconteceu
em tal vez primeira
que me lembre, digo eu.

E assim as noites eu passava
com uma chavena de café na mão
porque assim eu bem pensava
e lá passava o meu serão.

Um dia, no café, com o cigarro na mão
aproximei-o á boca e dei uma passa
porque percebi, e com razão
que afinal a vida é escassa.

Sofrer por amores nem sofri assim tanto
porque só tive um pelo qual sofrer
assim, repousado no meu canto,
perto da lareira me fui aquecer,
porque um amor em que se ama tanto,
nunca é para esquecer.